domingo, 23 de outubro de 2011

Receita sobre a Generosidade!

A generosidade é a virtude que transforma a forma de pensar das pessoas, quando ela é desenvolvida. Antes, a forma de pensar estava centrada na seguinte informação: “atribuir a cada um o que é seu”. Agora, diante da mudança que envolve o desenvolvimento dessa virtude, o lema é outro: oferecer ao outro o que não é dele, doar o que lhe falta.
Para que isso aconteça, vamos seguir uma receita simples e rápida.

Ingredientes



. Um copo bem grande de certeza sobre o que a generosidade não é. A generosidade não é uma ação em função de determinado texto, lei ou regra. Ela age além de qualquer lei, de qualquer regra ou mandamento, em todo caso ela é humana, e unicamente de acordo com as exigências do amor, da moral ou da solidariedade.



. Três colheres diárias sobre o conceito de solidariedade que está profundamente ligado ao de generosidade. O que é solidariedade? É um estado de fato antes de ser um dever; o estado de fato é bem indicado pela etimologia: ser solidário é pertencer a um conjunto in solido, como se dizia em latim, isto é, para o todo. Ser solidário – generoso é pertencer a um mesmo conjunto e partilhar, conseqüentemente – quer se queira, quer não, quer se saiba, quer não – uma mesma história.



. Uma pitada bem generosa sobre a prática da virtude. Ser generoso é desenvolver a consciência da interdependência. É a ideia de que pertencemos uns aos outros, por isso, somos chamados a viver para o todo. A generosidade pode ser motivada pela solidariedade, mas ela só pode ser verdadeira desde que vá além do interesse. A generosidade passa a ser entendida como a virtude do dom. A virtude da doação.



. Uma forte dose de generosidade diária faz muito bem à saúde. Ser generoso é ser livre de si, de suas pequenas covardias, de suas pequenas posses, de suas pequenas cóleras, de seus pequenos ciúmes...A generosidade nos convida, na falta do amor, a dar exatamente aos que não amamos, tanto mais por necessitarem mais ou por estarmos mais bem situados para ajudá-los. Sim, quando o amor não pode nos guiar, por estar ausente, que a urgência e a proximidade chamem a generosidade.

Modo de preparo

Mistura tudo, bata bem durante alguns dias e perceba que a generosidade é ao mesmo tempo consciência de sua própria liberdade e firme resolução de bem usá-la. Consciência e confiança, pois: consciência de ser livre, confiança no uso que se fará disso. É por isso que a generosidade produz auto-estima. Ser generoso é saber-se livre para agir bem e querer-se assim. A pessoa generosa não é prisioneira de seus afetos, bens e nem de si mesmo.

Dica

A generosidade associada com outras virtudes ajuda muito a nossa vida. Somada à doçura, ela se chama bondade. Somada a boa-fé ela se chama verdade.

Boa semana,

Mila

domingo, 16 de outubro de 2011

Receita sobre a Boa-fé


O que é a boa-fé? Essa virtude está relacionada com um fato. Como fato, é a conformidade com os atos e com as palavras da vida interior, ou desta consigo mesma. Como virtude, é o amor ou o respeito à verdade, e a única fé que vale. É considerada pelos gregos como aletheiogal, porque tem a própria verdade como objeto.

Segue alguns ingredientes para o desenvolvimento da Boa-fé como virtude

Ingredientes



. Algumas pitadas de conhecimento sobre a questão essencial de que: Ser de boa-fé não é sempre dizer a verdade, pois podemos nos enganar, mas é pelo menos dizer a verdade sobre o que cremos;



. Duas colheres de sopa sobre a ideia de que: A boa-fé é uma sinceridade ao mesmo tempo transitiva e reflexiva. Ela rege, ou deveria reger, nossas relações tanto com o outro como conosco mesmo;



. Um copo bem cheio sobre a prática de que: A boa-fé é uma abertura de coração que nos mostra tais como somos; é um amor à verdade, uma repugnância a se disfarçar, um desejo de reparar seus defeitos e até de diminuí-los, pelo mérito de confessá-los. É a recusa de enganar, de dissimular, de enfeitar. Trata-te de amar a verdade mais que a si mesmo.


Modo de preparo


Mistura tudo e veja o resultado: A boa-fé é o contrário do narcisismo, do egoísmo cego, da submissão de si a si mesmo. A boa-fé é uma virtude que faz da verdade um valor e a ela se submete.


Dica


A boa-fé é o amor à verdade, na medida em que esse amor comanda nossos atos, nossas palavras, até mesmo nossos pensamentos, nos tornamos verdadeiros com a gente mesmo, com o outro e com tudo que nos cerca.


Boa semana,


Mila

domingo, 11 de setembro de 2011

Receitas sobre as virtudes da vida humana




Receita sobre a doçura


Conhecida como praotés, a doçura aparece entre os gregos como uma coragem sem violência, uma força sem dureza, um amor sem ira. A doçura é antes de mais nada uma paz, real ou desejada: é o contrário da guerra, da crueldade, da brutalidade, da agressividade e da violência.


Como toda virtude é um desenvolvimento da vida humana, segue abaixo sua receita para desenvolvê-la na existência:


Ingredientes


. Uma colher de conscientização de que a doçura é uma recusa a fazer mal;

. Uma pitada de conhecimento sobre o que não é doçura: ira, violência e dureza;


. Um copo de rememoração histórica sobre o que pensava-se da doçura: A doçura para os gregos designa a gentileza das maneiras, a benevolência que atestamos para com outro;


. Três doses diárias para não esquecer que a Doçura é a maestria dos sentidos.


Modo de preparo

Mistura tudo e aplica na cultura contemporânea. Então o resultado será: "Mais do que máquinas precisamos de humanidade. Mais do que inteligência precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido.”
Charles Chaplin

Dica

A manifestação da doçura pode intervir num contexto muito mais nobre. Manifestando-se em relação aos infortunados, ela torna-se próxima da generosidade ou da bondade; em relação aos culpados, torna-se indulgência e compreensão; em relação aos desconhecidos, os homens em geral, tornam-se humanidade e quase amor.


Boa semana,


Mila

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Receita sobre o poder e o dever



Na perspectiva do filósofo Kant, a consciência de conduzir a vida levando em consideração as duas qualidades - o poder e o dever - é um sinal da maioridade do ser humano. Mas, o que significa a maioridade? O conceito de maioridade, em Kant, está relacionado a conduta. Um ser humano em estado de menoridade é aquele que transfere suas decisões e nega-se a assumir responsabilidade pelo que se faz a outro.

Uma pequena receita para alcançar a maioridade

Ingredientes

. Algumas gotas diárias do discernimento entre o poder e o dever. Descobrir que há coisas que podemos fazer - basta ter a competência, mas que não significa que devemos fazer é fundamental.
. Duas colheres cheias de informações sobre nossos comandos. Na visão de Kant, somos comandados por nossos desejos e nossas vontades. O terceiro no camando é o arbítrio, que dá a palavra final. A decisão de concretizar o querer está associado a maioridade.
. Dois copos cheios de poder e dever. Toda a construção da vida depende da relação harmoniosa e pacífica do poder e do dever. Nem tudo o que podemos devemos fazer. Às vezes, o que devemos não podemos.

Modo de preparo

Misture tudo e acrescente os dilemas morais. Os dilemas morais referem-se a essas variáveis, e a busca da vida digna também está relacionada com o poder e o dever.

Dica

É comum, enfretar situações em que não sabemos como agir, já que estão envolvidos valores que entram em conflito. Aprender a lidar com esses momentos é essencial para um crescimento pessoal e um amadurecimento existencial.

Boa semana,

Mila

domingo, 2 de janeiro de 2011

Receita sobre o eterno retorno



Os perigos e o benefícios da nostalgia

Os gregos, definiram nostalgia como "saudade de um lar que não mais existe ou nunca existiu". Por que será que, por mais que tentemos, somos incapazes de abandonar determinadas memórias: imagens que construímos de nós mesmos, antigos padrões de comportamento e certos valores que não servem mais? Para muitos pensadores, essa maneira de vivenciar e encarar a vida pode ser um obstáculo para o nosso crescimento. Então, vamos conhecer alguns ingredientes necessários para uma vida melhor entre o passado e o presente.

Ingredientes

. Perigo:a nostalgia pode ser uma espécie de reaproveitamento da tristeza. Para evitar isso é necessário: Duas colheres de reaproveitamento do que foi bom no passado e vivencia-las novamente no presente.

. Benefício: a nostalgia pode ser vista como algo que desperta para a ideia de que também no presente coisas boas serão possíveis. Duas pitadas de esperança e mudança radical de perspectiva, perceber que coisas boas estão acontecendo agora.

. Perigo: Os eventos do passado são manipulados e reconstituídos perante uma audiência do presente. Por isso, é comum que muitos nostálgicos jamais tenham vivido naquele tempo homenageado. Um copo muito cheio de alerta sobre o seguinte pensamento: muitas vezes o passado serve apenas para evocar um tempo ideal, que não existiu.

. Benefício: O passado é o que conhecemos como lembranças e memórias, são úteis como referenciais, como inspiração, como aprendizado. Contudo, não é saudável viver das lembranças e memórias abandonando assim, o presente. Para isso, sugiro quatro colheres cheias de vida e desejo do hoje, o que podemos ser hoje, o que desejamos melhorar agora, o que vamos mudar no tempo que se chama presente.

Modo de preparo

Mistura tudo, bata durante uns vinte minutos e pronto! Seguir em frente é fundamental. Mas é preciso que o passado esteja bem resolvido.

Dica

Deixar o passado não é perder a identidade, é sim, firmá-la no presente com todos os ingredientes necessários para experimentá-la agora.

Boa semana e um bom 2011,

Mila